Nesse texto, pretendemos retomar o conhecido caso do sociólogo português Boaventura de Souza Santos, acompanhando seu desenrolar desde as acusações que vieram à tona a partir da publicação do livro “Sexual Misconduct in Academia”, em 2023. Resumimos os principais acontecimentos desde então, tendo como foco elaborar um contra-manual que organize de forma didática a forma lamentável como o intelectual respondeu às acusações e retaliou, sistematicamente, as vítimas. Esperamos com isso contribuir para que as reações futuras a situações como essas sejam pautadas por desejos genuínos de reparação e transformação feminista.
Não há nascimento em 1940 que desculpabilize a situação que Isabella descreve; não há caldo cultural que justifique que um “desconstrutor” profissional de relações de poder surja a pretender só agora ter percebido que afinal pode ter sido “protagonista de comportamentos inapropriados”. Não há mea culpa sem assunção de culpa. E não há, decerto, autocrítica sem crítica.
Câncio, Fernanda. Diário de Notícias 05/06/2023
O texto de hoje, inspirado na raiva organizada, como fala Audre Lorde Lorde[1] says, é uma espécie de contra-manual para pessoas que, eventualmente, forem acusadas de assédio, racismo ou outras violências que, mais recentemente, passaram a ser nomeadas, denunciadas e a constituir crimes pela lei. Considerando que essas acusações têm reverberado, em maior ou menor medida, em esforços institucionais para organizar e responder às acusações e queixas apresentadas, pensamos que talvez seja uma contribuição a partir do campo da antropologia feminista sistematizar exemplos do que NÃO fazer caso isso aconteça com você. Escrevemos este texto a partir da absoluta inconformidade com o fato de Boaventura de Souza Santos, ex-professor da Universidade de Coimbra, acusado de assédio sexual em 2023, ter voltado às manchetes em 2025 após processar as mulheres que o denunciaram por calúnia e difamação – comportamento recorrente em casos envolvendo denúncias de assédios[2] .

A imagem mostra um ambiente universitário, com um cartaz em destaque que diz “Quero estudar sem medo e assédio”. Fotografia tirada no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, por Fabiene Gama.
Este texto reúne um pouco do que levantamos sobre a cronologia do caso, bastante conhecido. Para quem quiser saber mais, as referências que encontramos estão abaixo. Há muitas, felizmente. Em resumo, o caso começa com a publicação de um artigo em uma coletânea da editora Routledge, intitulada “Sexual Misconduct in Academia: Informing an Ethics of Care in the University” , organizada por Erin Pritchard e Delyth Edwards. Nele, três pesquisadoras escreveram um artigo intitulado “The walls spoke when no one else would: Autoethnographic notes on sexual-power gatekeeping within avant-garde academia”,[3] , no qual não nomeavam explicitamente os intelectuais em questão, mas situavam geopoliticamente esses atores e suas condutas. Rapidamente se chegou ao Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra e aos pesquisadores Boaventura de Souza Santos e outros assistentes e professores do mesmo centro de pesquisa.
O artigo organizava narrativamente experiências que muitas de nós, mulheres, já passamos em diversas situações e momentos da vida, especialmente em países latino-americanos – e o Brasil guarda uma relação colonial importante com Portugal, que foi o centro desse escândalo. Práticas e um cotidiano de trabalho nos quais existe espaço para brincadeiras, piadas e amizades, e essa atmosfera informal, digamos assim, cria uma espécie de zona cinzenta onde situações de abuso e assédio sexual e moral podem ocorrer. Neste artigo, as autoras contam um pouco sobre como funcionava esse esquema nebuloso entre intimidade, amizade e atividades profissionais realizadas fora do contexto institucional.
A publicação desse artigo disparou uma série de outras publicações em jornais, revistas e portais de notícias, que começaram a desconstruir (e humanizar) a figura emblemática, supostamente acima de qualquer suspeita, de Boaventura de Souza Santos, um pensador que sempre defendeu “os direitos humanos, sobretudo os direitos das mulheres, dos povos indígenas e das minorias mais desfavorecidas no contexto social, cultural, económico ou qualquer outro” (Santos, 04/06/2023).
Foi uma espécie de frustração e decepção coletiva, talvez equivalente à exposição também recente dos casos de assédio do jurista Sílvio Almeida, no Brasil. São figuras masculinas que nós, feministas que os conhecíamos “de longe”, considerávamos como potenciais aliados políticos. Mas, através das acusações corajosas feitas por mulheres que decidiram não mais se calar, aprendemos que suas práticas cotidianas não correspondiam às ideias progressistas que defendiam em seus textos. É sobre esse descompasso e essa incoerência entre o trabalho intelectual produzido e as ações práticas e cotidianas com as pessoas com quem convivemos na universidade que queremos falar.
Para recuperar essa longa história, fartamente (e bem) documentada, indicamos a sequência da cronologia abaixo. Muita coisa foi produzida, e isso foi o que conseguimos levantar, é possível que existam outras referências também. O que propomos agora é um exercício prático, irônico e raivoso de apresentar um contra-manual, ou seja, um manual do que NÃO fazer se você for algum dia acusado de assédio.
O Contra-manual do Acusado de Assédio
1. Não negue
Negar é covardia, convenhamos. Várias das reações de Boaventura de Souza Santos estavam mais ancoradas na defesa de sua própria trajetória e grandiosidade para o campo do pensamento progressista de esquerda, do que no reconhecimento de que mesmo um intelectual brilhante poderia ser capaz de ser violento, agressivo e agir de maneira que deixasse mulheres desconfortáveis. Então, se você for acusado de assédio, pare para pensar se de fato não agiu de forma incorreta. E assuma. O que para você pode ter sido uma brincadeira, para outra pessoa pode ter sido um constragimento, um comportamento inadequado, uma violência.
2. Não justifique
Não diga “ah, me desculpe se você se sentiu acuada, isso era normal na minha época”, ou “é uma coisa cultural, isso sempre foi normal pra quem nasceu em 1940”. Nada disso funciona como justificativa para ações que você tenha feito no passado. É melhor reconhecer o erro, desculpar-se e produzir de fato uma reparação, para que esse tipo de situação seja constrangida. Inclusive e principalmente se você for um intelectual que incluiu o patriarcado e o colonialismo entre as matrizes de poder que analisou. Reconhecer-se em um lugar de privilégio que pode promover abuso de poder deveria estar no cerne da sua conduta. Isso vale para pessoas brancas e todas as outras populações majoritárias.
3. Não censure as mulheres que o denunciaram
A retratação do artigo, até hoje inacessível na página da editora por conta do processo jurídico, estabelece uma censura sobre o que foi dito. Sem contar os demais desdobramentos, que podem ser conhecidos em detalhe nos links abaixo. A censura só aumenta a probabilidade de que o que está sendo dito esteja certo. Se fosse mentira, não seria mais fácil desmentir? É importante lembrar que situações de assédio sexual e moral desse tipo são praticamente impossíveis de serem comprovadas através do modo como as provas são hoje exigidas, a menos que a pessoa seja muito desconfiada e grave suas reuniões sem consentimento (algo ilegal de acordo com nossa legislação e de um nível de desconfiança improvável para pessoas comuns, embora talvez recomendável para mulheres em universidades). É muito difícil produzir provas contra situações de assédio e misoginia. Muitas vezes, essas situações acontecem sem testemunhas e sem a possibilidade de produzir provas materiais, que são a base do funcionamento do esquema jurídico. Nessas situações, é sempre a palavra da mulher que é confrontada contra a do homem. É inadmissível as palavras de 12 mulheres (!!!!) valerem menos do que a de um único homem, quem quer que ele seja. A palavra de uma mulher apenas precisa valer tanto quanto a de um homem, precisa valer mais se a acusação em questão for de assédio sexual, considerando as estatísticas, dados e conhecimento que temos sobre as violências de gênero. É inadmissível que, mesmo tratando-se de uma denúncia coletiva, ainda existam pessoas defendendo a índole do acusado.
4. Não recrute colegas para te defender, especialmente mulheres
O depoimento de outras pessoas não envolvidas no caso em questão, mesmo sendo mulheres, não apresenta elementos que possam refutar o ocorrido. Um homem pode ser gentil com uma mulher e abusivo com outra. O que vai acontecer com as mulheres que te apoiarem é que, na verdade, elas perderão seu capital político feminista e sua credibilidade junto com você. É um abraço de afogado, melhor não.
5. Não processe as pessoas que estão te acusando
Responda às acusações com honestidade e com um verdadeiro comprometimento com a mudança. Isso provavelmente renderá muito mais reconhecimento público do que negar até o final.
6. Não procure exposição
Por mais que seja tentador defender sua própria honra, não busque seus amigos jornalistas, seja nos jornais impressos de ampla circulação, na televisão ou nos meios de comunicação em geral. É claro que, em função da sua legitimidade anterior você conseguirá, pois encontrará um colega solidário que irá te garantir esse espaço. E isso será usado para colocar sua fala em um patamar superior de legitimidade e, portanto, fazer sua narrativa valer mais do que a das mulheres. A entrevista horrorosa que Boaventura deu à CNN de Portugal e seu artigo no jornal Expresso e no portal 247 são exemplos revoltantes do quanto sua legitimidade é usada para reiterar violências, revitimizar as mulheres e dar palco para uma pessoa que deveria estar sendo julgada e punida devidamente, para além de seu afastamento institucional. É constrangedor tentar defender o indefensável.
7. Não acione o velho argumento de que é intriga da oposição
Essa é a desculpa mais esfarrapada da história. Não é porque você é visto como um grande pensador do sul global, oriundo de um país relativamente periférico, mas europeu, como Portugal, que você é impassível de erros. O que você faz, mesmo tendo trazido supostas contribuições ao pensamento social, também pode ser condenável. Ainda que sua produção em teoria seja em prol de populações minoritárias, tudo vai por água abaixo quando você não põe em prática o que escreve, desrespeita estudantes, pesquisadoras, colegas. Não existe, como dissemos, necessariamente uma convergência entre o pensamento, as suas publicações, e a prática cotidiana, e o caso Boaventura só mostra isso. Esperamos que no futuro as/os pesquisadoras/os sejam mais coerentes. Lutamos por isso.
8. Não tente diminuir ou deslegitimar as mulheres que o acusaram
Lembre que, em uma sociedade patriarcal, há uma hierarquia social entre homens e mulheres. E que há diferentes mecanismos sociais que dificultam a ascensão profissional de mulheres na academia, que estão muito além de sua competência intelectual, sendo o assédio um dos principais deles. Assim, se as mulheres que o acusaram não estiverem ocupando a mesma posição hierárquica que você, talvez não seja por incompetência, mas pelos impactos das diversas violências que experimentaram, tais como apropriação intelectual, assédio e outras. Sobretudo, não chame mulheres que têm a coragem de denunciar violências que vivenciaram de “vendedoras de trauma”.
9. Não confunda assédio com “piropo” ou cantada
Não justifique seu comportamento dizendo que “qualquer homem da minha idade que diga que nos anos 60 ou 70 não fez um piropo ou um galanteio a uma mulher ou é mentiroso ou é hipócrita”. E não confunda assédio com paquera. Na paquera, o desejo de interação é mútuo. No assédio, não.
A universidade do século XXI precisa aprender com os erros cometidos pelos nossos ancestrais institucionais, e responder rapidamente, reconhecer seu braço violento, sua articulação com o Estado, com o capitalismo, com o colonialismo, com o patriarcado. Precisa produzir saídas e estruturas que permitam que essas violências sejam reparadas, evitadas e prevenidas efetivamente, não só de fachada. Não há mais espaço para a concentração egoica de trajetórias individuais como se fossem sumidades que estão acima do bem e do mal e que devem ser, por isso, poupadas de seus erros. Não se trata de punitivismo ou de cancelamento, mas de fazer ser coerente aquilo que pensamos, escrevemos e defendemos com aquilo que fazemos, como vivemos, o tipo de mundo que produzimos dentro da universidade.
Acreditamos em uma universidade feminista na qual esse tipo de violência não passe sem ser notada. As pessoas — sobretudo as acadêmicas da nossa geração — precisam aprender a reposicionar as referências que tivemos com nossos/as professores/as e com os/as intelectuais que nos antecederam, que eram beneficiários de um esquema de funcionamento absolutamente hierárquico, elitista e autoritário.
Nesse esquema, conforme você subia as etapas da carreira, ia ganhando o benefício de não precisar fazer uma série de coisas, ter uma série de pessoas trabalhando e fazendo a parte chata do trabalho para você. Acho que temos que aprender a conquistar o direito de ter mais tempo para o trabalho criativo, sim, sem explorar nenhum tipo de trabalhador/a ou estudante que esteja em outra etapa da carreira, e também sem se entorpecer pelo poder que o crescimento profissional traz, pelo mana que emana desse outro lugar.
Não temos tantas boas referências para nos inspirar. Estamos muito mais aprendendo com nossas/os estudantes e os movimentos sociais sobre aquilo que NÃO queremos e, a passos de formiga, construindo estratégias para que as instituições sejam capazes de nos fortalecer em uma resposta efetiva ao tipo de problema que é posto com uma acusação como essa de assédio, ou de violência de gênero de qualquer ordem. São tempos novos e, de fato, certas coisas não cabem mais. Por maiores que sejam os nomes, eles de fato ficarão, para sempre, no século XX.
* Apoie a defesa das vítimas do caso Boaventura. Link para a vaquinha aqui. Também ouça o Podcast: O Caso Boaventura.
Timeline das Publicações

Notas
note id=”1″ type=”note”] Lorde, Audre. Sister Outsider: Essays and Speeches. Crossing Press, 1984.
[2] Almeida, Tânia Mara Campos de; Zanello, Valeska (org). Panoramas da violência contra mulheres nas universidades brasileiras e latino- americanas, Brasília: OAB Editora, 2022
[3] Sim, o link não abre porque a página do capítulo foi retirada do ar após uma disputa judicial.
Este post foi curado pela editora colaboradora Clarissa Reche.
Referências
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