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Platypod, Episódio Sete: Sobre Antropologia dos Dados, Inteligência Artificial e Muito Mais

Para este episódio de Platypod, conversei com a Dra. Tanja Ahlin sobre sua pesquisa, trabalho e trajetória acadêmica. Tanja Ahlin é atualmente pesquisadora de pós-doutorado na Universidade de Amsterdã, na Holanda, e seu trabalho se concentra nas interseções da antropologia médica, robôs sociais e inteligência artificial. Em nossa conversa, contei a ela sobre minha perspectiva como estudante de pós-graduação, que faz planos e tenta traçar rotas que me levarão ao sucesso em minha área de pesquisa. A Dra. Ahlin foi muito generosa em compartilhar as suas histórias e experiências, que tenho certeza também serão úteis para outres estudantes de pós-graduação em antropologia e Estudos em Ciência, Tecnologia e Sociedade [CTS]. Espero que você aproveite este episódio e entre em contato conosco se tiver dúvidas, comentários ou sugestões para outros episódios.

Imagem da entrevistada

Imagem da Dra. Tanja Ahlin – proveniente de seu website pessoal.

Sobre a Dra. Tanja Ahlin

Tanja Ahlin é antropóloga e seu trabalho foca nos estudos de saúde e medicina a partir de uma perspectiva dos estudos de Ciência, Tecnologia e Sociedade [CTS]. Ela possui ampla experiência em tradução e já traduziu vários livros, incluindo livros sobre tecnologia.

O interesse de Dr. Ahlin por e-saúde/telessaúde é anterior aos anos pandêmicos, em que essas palavras passaram a fazer parte do nosso vocabulário diário. O seu mestrado, em antropologia média, teve como foco o tema saúde e sociedade no sul da Ásia. Já para o seu doutorado, concluído na Universidade de Amsterdã, a Dra. Ahlin estudou as  tecnologias digitais cotidianas no cuidado à distância de idosos. A sua pesquisa de doutorado está em processo de publicação pela Rutgers University Press. O livro estará disponível para compra a partir de 11 de agosto de 2023.

capa de livro

Capa do livro: Calling Family – Digital Technologies and the Making of Transnational Care Collectives | Rutgers University Press

Em nossa conversa, falamos sobre o blog da Dra. Ahlin que foca na Antropologia de Dados e IA. Este projeto pessoal – no qual a Dra. Ahlin escreve sobre a interseção de tecnologia e diferentes campos, como robótica, política, ética, saúde e etnografia – é uma espécie de trabalho de tradução, já que a Dra. Ahlin escreve sobre tópicos complexos para um público mais amplo e que não está familiarizado com conceitos e discussões advindos da antropologia e CTS. “As postagens do blog não devem ser muito longas. Meu objetivo é, você sabe, dois a quatro minutos de leitura, o que é como um bloco [de tempo] muito curto. Além disso, percebi que muitas vezes as pessoas não têm tempo para ser mais do que isso… ” diz Dra. Tanja Ahlin.

Sobre o próximo livro: Calling Family – Digital Technologies and the Making of Transnational Care Collectives

O livro da Dra. Ahlin é baseado em dez anos de pesquisa etnográfica com famílias transnacionais indianas. Estas são famílias onde os seus diferentes membros vivem em várias partes do mundo. A razão para a migração é principalmente devido às oportunidades de trabalho no exterior. Em sua pesquisa, a Dra. Ahlin observou como essas famílias usavam todos os tipos de tecnologias, como telefones celulares e webcams, Internet e Whatsapp, não apenas para manter contato umas com as outras, mas também para poderem cuidar à distância. A Dra. Ahlin conduziu entrevistas com enfermeiras que vivem em todo o mundo, dos Estados Unidos ao Canadá, Reino Unido, Maldivas e Austrália; seu campo era muito múltiplo e incluía locais diferentes. Este campo variado e diverso deu origem ao conceito de eventos de campo, que a Dra. Ahlin desenvolve em seu trabalho.

Em seu trabalho, a Dra. Ahlin também desenvolveu a noção de coletivo de cuidado transnacional para mostrar como o cuidado é reconceituado quando tem que ser feito à distância.

Considerações finais

Em suma, este episódio do Platypod destaca como antropólogues advém de diferentes origens e oferece uma visão geral e honesta de como chegamos aos nossos tópicos de pesquisa e ocupamos os espaços que ocupamos. Não temos histórias lineares, e isso não determina nosso potencial. Nós da Platypod somos muito gratos pelo tempo e generosidade da Dr. Ahlin.

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